O Salmo 73 começa com uma declaração de fé: “Verdadeiramente Deus é bom para com Israel, para com os limpos de coração”. Mas logo em seguida, o tom muda. Asafe confessa que quase tropeçou em sua fé ao observar a vida dos ímpios. Eles pareciam viver com saúde, riqueza e despreocupação, enquanto ele, que buscava agradar a Deus, enfrentava dificuldades.
Essa honestidade torna o salmo tão atual. Quem nunca se perguntou por que pessoas que agem de forma injusta parecem avançar, enquanto quem busca ser íntegro encontra obstáculos? A sinceridade de Asafe revela o conflito humano diante da aparente desigualdade da vida.
O ponto de virada acontece no versículo 17: “Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles”. No lugar da presença divina, Asafe percebe que o sucesso dos ímpios é temporário. O que parecia solidez era, na verdade, instável. Eles estavam em terreno escorregadio, e cedo ou tarde enfrentariam a consequência de suas escolhas.
O salmo também destaca a importância da perspectiva espiritual. Enquanto olhava apenas para fora, Asafe sentia inveja e amargura. Mas ao voltar os olhos para Deus, encontrou clareza e paz. Essa mudança mostra que a fé não elimina as perguntas difíceis, mas oferece um novo ângulo para enxergá-las.
Ao final, Asafe conclui que sua maior riqueza não está em circunstâncias externas, mas em estar perto de Deus: “Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus o meu refúgio no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras”. Essa é a resposta definitiva para a dor causada pela injustiça.
O Salmo 73 não nega a realidade dura do mundo, mas mostra que a justiça de Deus é maior do que qualquer aparência de vantagem dos ímpios. Ele nos convida a descansar no fato de que o Senhor é a nossa porção eterna e o verdadeiro bem que nunca falha.
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