O Salmo 35 nasce do coração de alguém ferido pela injustiça. Davi escreve como quem conversa com Deus depois de ser atacado por pessoas que ele nunca prejudicou. Ele diz: “Combate, Senhor, contra os que me combatem; peleja contra os que pelejam contra mim.” É a voz de quem não quer se vingar, mas confia que o próprio Deus fará justiça.
Aqui, Davi mostra algo profundamente humano: a dor de ser mal interpretado. Ele ajudou, foi leal, e mesmo assim, recebeu ingratidão e traição. Quem nunca viveu algo parecido? Ser acusado injustamente, ver pessoas distorcendo suas intenções, sentir o peso de palavras falsas. O salmo se torna um refúgio para quem já foi perseguido sem motivo, e não quer revidar com ódio.
Davi não esconde sua angústia. Ele fala de lágrimas, de noites sem paz e de falsos amigos que comemoram sua dor. Mas, em meio a isso, ele faz algo que transforma a oração em força: ele entrega tudo nas mãos de Deus. Ele pede que o Senhor revele a verdade, que exponha a maldade, e que traga restauração àqueles que foram injustiçados.
Esse gesto — de não tentar se justificar sozinho — é o que torna o Salmo 35 tão poderoso. Davi entende que há guerras que não se vencem com palavras, mas com fé. Ele reconhece que a justiça verdadeira não vem dos homens, mas de Deus.
E ao final, o salmista muda o tom: de desabafo para louvor. Ele diz que cantará ao Senhor, que exaltará Aquele que salva os pobres e os justos das mãos dos poderosos. É o sinal de que o coração ferido encontrou paz.
O Salmo 35 ensina que, quando a injustiça te cerca, o melhor escudo é a confiança em Deus. Ele vê o que ninguém mais enxerga, e no tempo certo, faz a verdade aparecer.
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