Senhor, que eu me conheça e que eu Te conheça,
para que eu Te ame cada vez mais e me despreze,
para que tudo o que é de mim seja Teu.
Senhor, Tu me chamaste, e o Teu grito rompeu a minha surdez.
Brilhaste sobre mim e a Tua luz dissipou a minha cegueira.
Exalaste o Teu perfume, respirei e agora suspiro por Ti.
Provei-Te, e agora tenho fome e sede de Ti.
Tocaste-me, e agora ardo de desejo pela Tua paz.
Há algo profundamente humano nessa oração de Santo Agostinho. Ela nasce do encontro de alguém que, depois de buscar em tantos lugares, finalmente encontra a verdade dentro de si — e essa verdade tem nome: Deus. Agostinho sabia o que era viver dividido entre o mundo e o espírito. Por isso, suas palavras falam direto ao coração de quem sente essa mesma batalha interior.
Quando ele diz “Senhor, que eu me conheça e que eu Te conheça”, há um ensinamento valioso: não existe sabedoria verdadeira sem autoconhecimento. E não há conversão sem o reconhecimento das próprias sombras. É um processo de retorno — sair do barulho do mundo para ouvir a voz divina que sussurra dentro de nós.
Essa oração também mostra que a conversão não é apenas mudar de caminho, mas mudar de direção interior. É quando a alma, cansada de buscar sentido nas coisas passageiras, se volta para o eterno. Santo Agostinho encontrou Deus não nos templos, mas no silêncio do próprio coração — e é ali que cada um de nós também pode encontrá-Lo.
A sabedoria de Agostinho está em perceber que o amor de Deus não se conquista, se permite. Ele não pede perfeição, pede entrega. A conversão começa quando o orgulho cede lugar à humildade, quando a razão se abre ao mistério, e o coração se torna morada da paz.
Essa oração é, portanto, um espelho. Ela revela o que somos e aponta para o que podemos ser quando deixamos Deus agir em nós. Que ao repeti-la, cada palavra se torne um passo rumo à clareza, ao perdão e à verdadeira paz interior.
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