Conta-se que um sábio caminhava à beira de um rio quando viu um escorpião se afogando. Sem hesitar, ele estendeu a mão para salvá-lo. Mas assim que o pegou, o escorpião o picou. Sentindo a dor, o sábio soltou o animal, que voltou a se debater na água.
Pouco depois, ele tentou novamente salvá-lo… e foi picado de novo. Um homem que observava a cena, intrigado, perguntou:
— Por que continua insistindo, se sabe que ele vai te picar?
E o sábio respondeu calmamente:
— O escorpião tem a natureza de picar. Eu tenho a natureza de ajudar. Ele age de acordo com o que é. Eu também.
Essa pequena história traz uma reflexão profunda sobre quem somos e como reagimos ao mundo. Muitas vezes, deixamos que o comportamento dos outros determine o nosso. Se alguém nos trata com frieza, respondemos com frieza. Se nos atacam, devolvemos o ataque. Mas isso significa que estamos deixando de ser quem somos para refletir apenas a sombra do outro.
Não se trata de permitir abusos ou ser ingênuo. O sábio não deixa de sentir dor, mas também não abandona seus valores por causa da ação de alguém. Ele entende que cada um age de acordo com sua própria natureza e escolhe manter a sua, sem se contaminar.
Essa fábula também nos faz pensar sobre limites saudáveis. Ajudar não significa se colocar em risco constantemente. Podemos manter nossa essência boa, mas com discernimento: estender a mão, mas sabendo a hora de recuar para não se ferir desnecessariamente.
No fundo, a mensagem é clara: não deixe que o comportamento alheio defina quem você será. Se sua essência é generosa, compassiva ou justa, preserve isso, mesmo quando o mundo não retribui. Porque perder quem você é para reagir aos outros sempre custa mais caro do que suportar uma picada.
Se essa história te fez refletir, ela também pode fazer isso em outras pessoas que você gosta. Compartilhe!