Certa manhã, um galo cantava no alto de uma árvore. A raposa, que passava por ali, decidiu tentar enganá-lo para conseguir uma refeição fácil. Com voz suave, disse:
— Bom dia, amigo galo! Tenho uma notícia maravilhosa: hoje todos os animais da floresta decidiram viver em paz. Não há mais caças, nem brigas. Por que não desce para comemorarmos juntos essa nova amizade?
O galo, desconfiado, olhou ao redor e respondeu:
— Que boa notícia! Mas diga, raposa: quem vem ali correndo na estrada? Acho que são dois cães.
Ao ouvir a palavra “cães”, a raposa empalideceu. Tremendo de medo, respondeu apressada:
— Ora, eu me lembrei de um compromisso. Preciso ir agora mesmo. Depois comemoramos!
E saiu correndo o mais rápido que pôde.
O galo, então, voltou a cantar, satisfeito. Ele sabia que a raposa havia inventado a história da paz apenas para enganá-lo, e com inteligência conseguiu virar o jogo.
Essa fábula mostra que, por mais astuto que alguém seja, sempre pode encontrar outro mais perspicaz. A raposa, famosa por sua esperteza, acreditava que enganaria o galo facilmente. Mas foi surpreendida pela sagacidade do pássaro, que soube usar a prudência para escapar da armadilha.
Na vida, isso nos lembra que a esperteza usada para enganar os outros sempre encontra um limite. O que parece vantagem pode se transformar em armadilha quando não há verdade nem integridade. A prudência, por outro lado, protege e revela que a sabedoria é maior que a astúcia.
“O Galo e a Raposa” nos ensina a desconfiar das palavras que soam boas demais e a não subestimar os outros. Sempre haverá alguém mais atento, mais preparado ou mais esperto. E, acima de tudo, a esperteza sem ética inevitavelmente leva ao fracasso.
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