É curioso como muitas vezes dedicamos o melhor de nossas energias para atender clientes, amigos, família ou colegas de trabalho, mas esquecemos de aplicar o mesmo cuidado em nossa própria vida. O ditado popular “Casa de ferreiro, espeto de pau” traduz bem essa ironia: até quem domina uma arte ou profissão pode negligenciar a prática no seu dia a dia.
Um exemplo clássico está nos profissionais da saúde que orientam sobre bons hábitos, mas não conseguem manter uma rotina equilibrada para si. Ou nos professores que incentivam a leitura, mas não encontram tempo para ler. Também acontece com empreendedores que organizam tudo para os negócios, mas não cuidam das próprias finanças pessoais. Essa incoerência não é fruto de falta de conhecimento, mas sim de excesso de prioridade no externo em detrimento do interno.
Esse ditado nos convida a uma reflexão importante: de que adianta dominar uma habilidade se não conseguimos usá-la para o nosso próprio crescimento? Afinal, aplicar o que sabemos em nossa vida é também uma forma de autenticidade e de respeito por nós mesmos.
Cuidar da própria saúde, organizar a vida financeira, reservar tempo para lazer, manter relacionamentos saudáveis — tudo isso exige a mesma dedicação que damos às demandas externas. Ser “profissional com você também” é reconhecer que a coerência fortalece a credibilidade e gera bem-estar.
Vale lembrar que essa mudança não precisa ser radical. Começar por pequenas ações já faz diferença: praticar o que se recomenda, alinhar discurso e prática, e reservar momentos para aplicar em si o mesmo zelo que se entrega aos outros. Aos poucos, esse equilíbrio gera não apenas mais qualidade de vida, mas também mais autoridade e consistência em tudo o que se faz.
No fim, o ditado “Casa de ferreiro, espeto de pau” não precisa ser uma regra, mas um alerta para buscarmos mais coerência entre o que sabemos e o que vivemos.
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